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                                          A Associação Comercial de Pernambuco                                               

 

O Recife e o seu porto sempre estiveram geograficamente unidos e é nele, nesse porto, o local aonde se instalariam as representações comerciais nacionais e estrangeiras e os negócios da cidade, principalmente depois da abertura dos portos às nações amigas contida na decisão do Príncipe Regente, em 1808. Em 1839, em pleno governo do Conde da Boa Vista, Francisco do Rego Barros, na casa de negócios da firma Luiz Gomes Ferreira & Mansfield reuniram-se alguns comerciantes e representantes comerciais dentre os quais destacamos o senhor José Ramos de Oliveira, Joaquim José Amorim, Luiz Gomes Ferreira, José Jerônimo Monteiro e outros, no intuito de criar uma Associação Mercantil ou uma Câmara Comercial voltada para a defesa dos interesses das empresas, além de, também, poder contribuir para o desenvolvimento comercial de Pernambuco. Nesta mesma reunião foram escolhidos José Ramos de Oliveira para Presidente e José Jerônimo Monteiro para Secretário, da futura instituição. Também, os membros da mesa da Direção e a comissão para elaboração do Estatuto.

Pouco tempo depois, foram criados 4 livros interessantes para o funcionamento da Associação: 1. O livro da entrada e saída dos navios; 2. O livro dos visitantes; 3. O livro de matrícula dos sócios; e o 4. O livro de Atas, além de uma organizada Biblioteca. Em 1º de agosto de 1839, foi instalada de maneira solene a Associação Comercial de Pernambuco, tendo como sede a casa da antiga firma Diversas Rendas, na Praça do Comércio, (no Cais da Lingueta), sob a presidência de senhor, já citado, José Ramos de Oliveira.

Inúmeras foram as ações empreendidas pela Associação em seus primeiros anos de atividade. Uma dessas ações implantadas foi a adoção do Sistema Métrico Decimal – em setembro de 1865 - oriundo da França (proposto pelo Deputado Talleyrand, em 1790), adotado também pelo reino de Portugal em 1852. No início do século XX, por ocasião das Obras do Porto do Recife, lá estava presente a ACP, com várias medidas e mudanças sugeridas relacionadas nas atas das reuniões. Na verdade, “é a ACP um dos órgãos consultivos da província, sobretudo em questões mercantis”, conforme o escritor Estevão Pinto, autor de um resumo das Atas da Associação, aonde se pode constatar as inúmeras contribuições da ACP para o engrandecimento dos associados e, sobretudo, do Estado.

Nos seus primeiros anos de atividade, conforme o Livro de Atas da ACP, as suas primeiras reuniões aconteceram em um edifício onde estava sediada a firma “Mesa das Diversas Rendas”, situado no Largo onde foi construído o Cais da Lingueta. Em 1842, a ACP deixa este edifício e se instala em um dos torreões da Alfândega. Não demora muito e a ACP retorna à antiga casa, onde funcionou em seu início. Entre 1861 e 1865, a ACP adquire um imóvel, o prédio nº 1 da Rua do Trapiche (depois chamada Rua do Comércio), situada no Largo do Cais da Lingueta, permanecendo neste local até o início do século XX, quando das obras do Porto do Recife. Em data que consta de ata de 1891, após realizar-se uma reforma no edifício, a ACP passou a funcionar em uma sala do prédio do Banco de Crédito Real, no Bairro do Recife. Na segunda década do século XX, por ocasião das obras de ampliação do Porto do Recife, a ACP teve a sua antiga sede desapropriada, cujo lugar do imóvel iria se construir o cais e os armazéns.

Durante o século XIX, o governo provincial faz uma série de reivindicações ao poder Imperial em relação à melhorias para o Porto do Recife. Desejava-se um porto moderno tal qual o do Rio de Janeiro ou de algum país europeu, no qual os navios pudessem ancorar em cais juntos aos armazéns.

Edit by CarlosDantas

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