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                                               A ansiedade dos nossos dias                                       
    A escassez de sentimentos e a desagradável sensação de vazio caracterizam, como revela o prof.º Edward Teller – São Francisco, Califórnia – o porquê “das sociedades modernas, muitas vezes, viverem em constante ansiedade e contradições”, assim, vivenciando uma precariedade do existir tão visível, que chegam a arruinar os seus próprios sonhos, sonhos de vida e de esperanças, de ausência de completudes de desejos – saudades do que não foi vivido. 
     Os professores Carlos Aricó e Sérgio Betarello, do Hospital das Clínicas da FMUSP, afirmam que “a ansiedade é um fenômeno emocional complexo, em que eventos psíquicos e somáticos ocorrem concomitantemente”.
      Muitas vezes, deparamo-nos com duas situações talvez distintas – entre ansiedade e angústia. A primeira relaciona-se à expectativa, seguindo-se a uma maior intensidade da “atividade motora”, enquanto que, a segunda, é resultado de uma contestação interna do “sistema mental”. Naturalmente, a ansiedade não é um distúrbio patológico, entretanto, e muitas vezes, coloca o homem em situações de angústia existencial no exato momento em que esse homem é impedido de realizar o seu projeto de existir e de fazer, e quando, quase sempre, se depara com diversos problemas decorrentes da própria realidade da vida, sendo, portanto, a ansiedade um fenômeno intrínseco à natureza humana. O escritor francês Robert  Mallet identifica que “o que mais desespera o homem não é o impossível, porém o possível não alcançado”, enquanto Hegel costumava dizer que “a realidade é irracional”.
     Na verdade, em nossa sociedade moderna não encontramos ‘diferenças’ que possam ser analisadas ou elogiáveis,  pelo contrário, o apelo ansioso à luz é perturbador quando o mundo encontra-se mergulhado nas trevas e na ignorância das guerras,  no isolamento, no desamor, na servidão e na indiferença aos jardins. A sua força e complexidade (do mundo) enfraquece à medida em que ele deseja triunfar sob o domínio e  autoridade disfarçada dos poderosos. Em outros tempos disfrutávamos do silêncio e, agora, temos que suportar o barulho, como se nós estivéssemos perdidos e atônitos na multidão.
     A modernidade nos arrancou dos limites saudosos da nossa cultura individual de ontem e nos projetou para uma cultura imposta, diversa e de massa. Na nossa sociedade moderna, caracterizada pelas ansiedades e contradições, vivemos e temos que admitir, muitas vezes, pensamentos e impulsos indesejáveis, ideias absurdas obsessivas, as quais mascaram a essência do ser, impondo-lhe uma existência frágil, débil e insegura.
     E nada está sendo planejado ou realizado de concreto para se vislumbrar dias melhores.

Edit by CarlosDantas

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