top of page

                                                      ÁREAS RESIDENCIAIS                                                                 

 

Em São Paulo, a lei de zoneamento da cidade vai ser alterada. Após longa discussão entre a sociedade – moradores de bairros estritamente residenciais - e a Câmara de Vereadores, um novo texto da lei será produzido, alterando o projeto original do prefeito Haddad, o qual ampliava “corredores comerciais em áreas de bairros estritamente residenciais”. Esta lei define o que pode ser construído e que tipo de atividade pode existir em cada rua.

No Recife, a Prefeitura continua liberando estabelecimentos comerciais e construções (de edifícios, por exemplo), nessas áreas residenciais, a exemplo do Poço da Panela, um bairro estritamente residencial. O mais novo empreendimento a ser lançado e posto à venda é uma imensa galeria comercial, que está sendo construída na Rua dos Arcos, no terreno da casa onde funcionava a Editora Bagaço. O Bairro, outrora estritamente residencial, vem sofrendo mudanças profundas ao longo desses últimos anos com administrações desastrosas, incoerentes, estúpidas e insensíveis. As queixas são constantes, especialmente sobre duas ruas: a Rua Real do Poço, uma das mais antigas e belas do bairro, e, a Rua dos Arcos, ambas repletas de estabelecimentos comerciais os quais alteram o trânsito local dificultando os acessos, provocando congestionamentos e barulho, e incomodando bastante os seus moradores, despedaçando e destruindo uma das poucas áreas verdes, ainda existentes no Recife. Na Rua dos Arcos recentemente – em um desses últimos sábados – um energúmeno negociante de shows recebeu da Prefeitura do Recife uma licença para realizar um Mega-Show particular, com ingressos à venda para milhares de pessoas (com direito a cambistas nas ruas do entorno), em um terreno – onde antes existiam algumas casas que foram demolidas – que serve de estacionamento para um desses estabelecimentos comerciais que se encontram na Rua. O que ganhou ou recebeu a Prefeitura para conceder esta licença? Será que este evento não incomodou os moradores vizinhos, impedindo-os de circularem na Rua ou terem que ouvir o barulho do som estridente até a madrugada inteira? Os arquitetos do DPSH foram consultados para liberação deste evento? Acredito que não. Na verdade, os serviços prestados pela PCR deixam muito a desejar, em relação à cidade.

Nesse contexto, entendo que as áreas residenciais devem ser permanentemente respeitadas e salvaguardadas desse acúmulo de estabelecimentos. Essa permissividade nociva e insipiente, sem planejamento e sem a humildade de consultar aqueles que conhecem verdadeiramente o Recife vem, de maneira gradual, mas avassaladora, dando espaço para o que se faz de errado, destruindo ruas, modificando a paisagem urbana e maculando a história da cidade. O Recife está precisando, na verdade, de carinho, apego, leitura, conhecimento e boas ações.

Edit by CarlosDantas

  • Twitter Classic
  • Facebook Classic
bottom of page