As Ruínas de Nimrod: uma relíquia da arqueologia mundial
A UNESCO classificou como “crime de guerra” a destruição da cidade assíria de NIMROD, no Iraque. Uma relíquia da arqueologia mundial foi destruída impiedosamente por integrantes do radical Estado Islâmico. Segundo Secretário Geral da ONU, Ban Kimoon, “a destruição deliberada da nossa herança cultural comum constitui um crime de guerra e representa um ataque à humanidade como um todo”. Continua, “condeno nos mais duros termos a destruição de NIMROD. É um ato de barbárie.”
Certamente foram os assírios que dentre os povos da região da Mesopotâmia, que conseguiram maior evolução autônoma, levando uma relativa existência isolada no seu pequeno planalto ao norte do Tigre. O seu período de supremacia na região ocorreu entre c. de 1300 a 612 a. C. Os recursos naturais limitados de sua “pequena terra” e o perigo constante das nações vizinhas hostis os levaram a desenvolver estratégias e usar de modos belicosos devido a ambições imperialistas, sobretudo quando a sua população exigiu maiores possibilidades de sobrevivência, gerando, assim, ilimitada cobiça territorial.
No campo das artes, os assírios sobrepujaram os antigos babilônios. A escultura foi, sem dúvida, a manifestação mais desenvolvida, especialmente a leitura dos baixos-relevos. Cenas de combates ou de caçadores em ação, ou ainda a representação de grandes animais ferozes, revelaram extrema habilidade artística. Na arquitetura, construíram palácios e templos, utilizando o arco e a cúpula como elementos estruturais e de modenatura. Possivelmente, essas estruturas artísticas seriam produto do reinado de Assurbanípal – em pleno século VII a. C. – o criador da notável biblioteca Real de Nínive, de 22 mil tabuletas, algumas delas escritas pelo próprio Rei.
Situadas à margem do Tigre, as ruínas de NIMROD são, agora, as últimas vítimas da barbárie islâmica do EI, que irrompe contra um Iraque já deliberadamente destruído. Nesse sentido, inúmeros são os governantes no mundo que ignoram as realizações culturais relegando-as a níveis absurdos e inaceitáveis. Revelam, na verdade, com tais atitudes, a sua imensa obscuridade e insipiência diante da ludicidade. Ações como essas dificultam, sufocam e matam a nossa herança cultural (como em NIMROD) deixando-nos um legado de total desconhecimento e de vergonha diante da nossa condição de humanidade.