O impressionante Coliseu
A arte estaria paralisada, quase inalterada, ainda respirando os reflexos do helenismo, enquanto os romanos conquistavam o mundo. Em determinado momento, a arte mudou, tem agora uma nova linguagem e uma outra dimensão, quando Roma se tornou senhora do mundo. Estradas, aquedutos, banhos públicos, edifícios monumentais, anos, séculos, e mesmo as ruínas dessas construções que se conservam até hoje, tudo nos faz lembrar “a grandeza de Roma”.
Dentre esses monumentais edifícios, destaca-se, certamente, o impressionante Coliseu (Anfiteatro Flaviano), uma gigantesca arena com 48m de altura, construído (em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo) pelo Imperador Vespasiano (entre 70 e 90 d.C.), fundador da dinastia dos Flávios. Diferentemente dos outros teatros e anfiteatros romanos, o edifício não se achava em uma zona de encosta, estava, portanto, “solto, livre”, em seu espaço arquitetural, possuindo um anel artificial de rocha em sua volta, como elemento de estrutura. No local escolhido para a sua construção, em anos anteriores, havia acontecido aquele grande incêndio de Roma (64 d.C.) e, tempos depois, o Imperador Nero mandara construir um imenso lago artificial e erguer a sua colossal estátua imperial, para o seu deleite espiritual. Com três ordens de arcos sobrepostos, destinava-se a espetáculos de gladiadores, execuções e inúmeros entretenimentos de massas. Na arena, no local das lutas, havia um piso de madeira recoberto por camadas de areia para absorver o sangue dos combatentes, sob o qual encontravam-se as celas e as jaulas dos animais. Muitos relatos romanos fazem referências sobre a prática dos cristãos sendo martirizados em anfiteatros e/ou arenas de Roma, contudo, apesar de não se ter essas referências em relação ao Coliseu, o Papa Bento XIV consagrou-o no século XVII, declarando-o “Lugar Sagrado”. Permaneceu em atividade como sede de espetáculos da urbe romana até, provavelmente, o século V, época do Imperador Honório. No século XIX, foi submetido a uma considerável restauração, sendo acompanhada pelos Papas Gregório XVI e Pio IX. Apresentava, ainda, como detalhe dessa magnífica construção, uma cobertura removível, o que revelava um alto grau de refinamento que conseguiram os construtores romanos.
Os romanos tornaram-se grandes especialistas na arte da construção de abóbadas com o uso dos arcos e, certamente, essas criações tornaram-se o elemento marcante da sua arquitetura sendo erigidos em todo o seu Império na Itália, na França, na África do
Norte e na Ásia. Junto com o Panteão, (c. 130 d. C.), o templo dedicado a todos os deuses, cujo interior é uma gigantesca abóbada com uma abertura circular no topo, através da qual pode se ver o céu em azul, o Coliseu representa o que há de mais extraordinário como atração turística em Roma. Por ocasião da Semana Santa, na Via Crúcis, na Sexta-Feira Santa, o Coliseu, magicamente, é uma das estações da Paixão.
Notícias recentes vindas da Itália nos informam que, “andaimes são colocados em volta do Coliseu, que passará por uma imensa restauração até 2016, mas continuará aberto ao público”. Procedimento semelhante foi adotado aqui no Estado, onde o Palácio do Campo das Princesas recebe uma restauração total em seu espaço arquitetural, uma notável intervenção realizada pela Empresa Vellatura (Rio de Janeiro), devolvendo-lhe a sua dimensão arquitetônica e continua aberto ao público para visitação.