Para reinventar a esperança
Jamais a Justiça Eleitoral imaginou que poderia provocar com a sua resolução, a recusa do registro da REDE de concorrer à eleição de 2014, tamanho rebuliço político no País com a aliança firmada entre a Senadora Marina Silva e o Governador Eduardo Campos, unindo os dois partidos PSB e a REDE. Com inegável surpresa e transparente decoro, essa aliança sacolejou a floresta e esquentou o frevo, incensando o ambiente da campanha presidencial. A eleição ainda estar muito longe, atravessaremos muitas luas, mas, inegavelmente, tornou-se o fato político mais importante desse período pré-eleitoral.
Diante das diversas opiniões e narrativas sobre o fato político, a estratégia utilizada, rápida, decisiva e coerente, define e identifica o objetivo da aliança: aprofundar a democracia e construir as bases para um ciclo duradouro de desenvolvimento sustentável, algo inexistente atualmente, haja vista a crescente instabilidade política do País e a vergonhosa negociata explícita entre o Governo Federal e o Congresso Nacional. Assim, o encontro inesperado entre o PSB e a REDE acontecido nessa sexta,04/11, resvala do ciclo vicioso ajustado entre os partidos.
Quando tudo parecia perdido e muitos partidos já embebidos em comemorações, eis que Marina levanta-se, arrebata-se e vai à luta, erguida e coerente. Constatou que precisava responder aos seus milhões de seguidores ao lado, sim, ao lado da coerência e da estabilidade de um partido moderno e comprometido com os anseios da sociedade.
Da aliança constatamos que serão dois e não mais três candidatos que irão competir, e que tentarão levar a eleição ao segundo turno; que a candidatura do PSDB deverá ser a mais afetada porque a Marina teria um melhor desempenho que o candidato Aécio Neves; que com o apoio da Senadora, o Governador Eduardo Campos vem com força para lutar pelo segundo Lugar. A despeito dessas observações, o PT continua na dianteira e contando vantagens, conforme entrevista recente do marqueteiro oficial João Santana à revista Época (de início de outubro/13), debochando dos adversários, afirmando que a Presidente será reeleita logo no primeiro turno e que a eleição será uma “antropofagia de anões”. Uma atitude por demais deselegante. A aliança, sem dúvida, mostrará aos eleitores uma nova alternativa de poder que resultará, certamente, do êxito e da capacidade de articulação dos dois grupos, agora, reunidos, na construção de um discurso moderno e atraente.
Não obstante, a reação do governo deve chegar impiedosamente. O PT não cogita, nem de longe, perder a hegemonia do poder. O embate será dos mais violentos. Neste cenário, o Governador deverá embasar um discurso convincente aos eleitores mostrando-lhes que ele representa a renovação política ou aquele que poderá reinventar a esperança.